O Museu Ozildo Albano, do município de Picos, passará até o final do mês de setembro por um processo de reestruturação para receber o acervo arqueológico encontrado durante a instalação de duas linhas de transmissão de energia elétrica que atravessam os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. O projeto, encabeçado pelas empresas responsáveis pela instalação das linhas, tem impacto direto no museu a partir da próxima semana, com oficinas que serão ministradas para capacitar a equipe local.
Durante a reestruturação, será elaborado o Plano Museológico do Museu Ozildo Albano, que faz parte da estrutura organizacional da Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC). Na manhã de ontem, dia 14, técnicos da Antrópica Consultoria Científica, responsável pela prospecção e repatriação do acervo, estiveram na FUNDAC, em reunião com a presidente, Bid Lima, para explicar o projeto, que é uma exigência da legislação federal que regulamenta a realização de grandes obras, com impacto no subsolo, caso da instalação das linhas de transmissão.
Segundo a historiadora especialista em Patrimônio Cultural, Josiane Roza de Oliveira, da Antrópica Consultoria, o projeto inclui melhorias na infraestrutrura física, mobiliário e equipamentos, além de reforço na identidade visual do Museu Ozildo Albano. “O museu de Picos foi escolhido para receber o acervo porque era o que reunia, em toda a região, as melhores condições. Por lei, todo o material decorrente do salvamento arqueológico nessas obras de grande impacto deve ser repatriado para o seu local de origem”, comenta.
Antes da repatriação, porém, a lei exige uma adequação da infraestrutura local para receber o acervo. Josiane Roza e Idemar Ghizzo, museólogo conservador e restaurador também da Antrópica Consultoria, empresa do Rio Grande do Sul contratada para salvamento e análise do material, irão ministrar a partir de segunda-feira, dia 18 de julho, a oficina de Elaboração de Plano Museológico para a equipe do Ozildo Albano, em Picos. Também estão previstas capacitações sobre Arqueologia e Conservação Museológico, que serão ministradas ao longo do processo de reestruturação do museu.
Todo o custo da aplicação do projeto será financiado pelas empresas Iracema Transmissora de Energia S.A. e Interligação Elétrica Norte e Nordeste S.A. “Com o financiamento dessas empresas, vamos dotar o Museu das condições adequadas para a devida guarda e exposição do acervo encontrado. Por lei, as empresas causadoras desse tipo de impacto são responsáveis por fazer com que esse material seja utilizado em ações educativas e voltadas para a sensibilização sobre o patrimônio arqueológico e cultural”, explica a historiadora.
Fonte e foto: 45 Graus
Edição: CLICK LAN HOUSE
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